O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), enfrenta um impasse político que pode definir seu futuro nacional. A defesa da anistia a Jair Bolsonaro e aliados o aproxima da extrema-direita, mas o afasta do eleitorado de centro, decisivo em disputas presidenciais.

A leitura entre analistas é de que Tarcísio vive o dilema do chamado “MATACA” — Make Tarcísio Centro Again (“faça Tarcísio centro novamente”). O acrônimo, em alusão ao slogan de Donald Trump, resume a estratégia que pode ser necessária para que ele tenha competitividade em 2026: repetir a guinada ao centro que lhe garantiu vitória em São Paulo.

Para os eleitores bolsonaristas, o governador se mostra leal ao padrinho político em um momento de crise. Já para a esquerda e parte do centro, ele é visto como “adesista” dos atos golpistas de 8 de janeiro, ao se alinhar agora à narrativa da anistia.

O desafio é conquistar o eleitorado de centro — o chamado “pêndulo” que decide eleições no Brasil. Foi assim com Lula em 2022, ao escolher Geraldo Alckmin como vice, e até mesmo com Bolsonaro em 2018, quando se associou a Paulo Guedes para atrair o mercado.

A aposta em discursos e pautas radicais pode consolidar Tarcísio entre bolsonaristas, mas reduz suas chances de vencer uma eleição presidencial sem, em algum momento, reposicionar-se no centro do tabuleiro político.