Cerca de 75% das culturas agrícolas dependem da polinização, serviço ecossistêmico avaliado em R$ 50 bilhões por ano no Brasil, segundo o pesquisador da Embrapa Cristiano Menezes. Cultivos estratégicos como café, soja, laranja e frutas como maçã e melão dependem da ação das abelhas, enquanto no maracujá a polinização muitas vezes é feita manualmente devido à escassez da mamangava.
Além da quantidade, a presença das abelhas influencia diretamente a qualidade da produção. Estudos indicam que a polinização adequada em cafezais pode elevar o faturamento do café arábica em até R$ 22 bilhões por ano.
No Brasil, as abelhas enfrentam ameaças como desmatamento, agrotóxicos, mudanças climáticas, pragas, doenças e competição com espécies invasoras. O impacto varia por região: na Amazônia, o desmatamento e alterações no regime de chuvas são os principais fatores; no Sul e Sudeste, o uso de pesticidas é mais crítico. Em Uberlândia (MG), a morte de 15 milhões de abelhas-africanas em 2023, atribuída ao agrotóxico Tiametoxam, causou prejuízo de R$ 420 mil.
Pesquisadores apontam que manter florestas preservadas ou restaurar áreas degradadas aumenta a produtividade, como observado em plantações de açaí. Estratégias de manejo incluem polinização assistida, aluguel de colmeias, criação de abelhas sem ferrão e uso de fertilizantes que preservem os polinizadores. A proteção das abelhas é considerada essencial para a segurança alimentar e o equilíbrio dos ecossistemas.