A empresa Acqua Vias SP venceu o leilão para administrar as 14 travessias aquaviárias do Estado de São Paulo, após apresentar o maior desconto entre as concorrentes — fator determinante no modelo da concessão, que prioriza o menor aporte financeiro do governo durante a operação. Também disputaram o certame a Comporte Participações S.A., o Consórcio Travessias SP e a CS Infra S.A.

O contrato, válido por 20 anos, prevê investimentos de R$ 2,5 bilhões para operar, manter e modernizar o sistema. Entre as obrigações estão a troca completa da frota, com 45 novas embarcações, sendo 41 elétricas, reformas estruturais nos terminais e introdução de tecnologias para melhorar o fluxo de veículos e passageiros.

Segundo o governo paulista, a modernização deve reduzir emissões em pelo menos 18 mil toneladas de CO₂ por ano com o fim do uso de balsas a diesel. As reformas incluirão climatização, banheiros acessíveis, áreas de alimentação e espaços de informação, além de obras de acesso e apoio operacional.

O Palácio dos Bandeirantes também afirma que a política tarifária não será alterada: não haverá aumento nos valores cobrados nem mudanças nas gratuidades já previstas. A concessionária ficará com 20% da arrecadação das tarifas, enquanto o Estado arcará com os outros 80%.

O sistema, que transporta cerca de 11 milhões de passageiros e 10 milhões de veículos por ano, sofre hoje com longas filas e interrupções por ventos fortes. O governo diz que a nova frota deve reduzir as suspensões, embora admita que interrupções ainda possam ocorrer.

As 14 travessias concedidas abrangem trechos no Litoral Norte, Litoral Centro, Litoral Sul e na Região Metropolitana de São Paulo, incluindo ligações como Santos–Guarujá, Ilha Comprida–Cananéia, Iguape–Juréia, Bororé–Grajaú e Taquacetuba–Bororé.

Em nota, o governador Tarcísio de Freitas afirmou que os investimentos são essenciais para corrigir falhas históricas de infraestrutura e garantir maior segurança e eficiência ao transporte aquaviário no estado.