Foto: Mayke Toscano/Secom-MT
Tuesday, 15 de July de 2025 - 15:06:18
Agroindustrialização é apontada como motor para o desenvolvimento sustentável de Mato Grosso
LIDERANÇAS DEFENDEM NOVO CICLO ECONÔMICO

A expansão da agroindustrialização foi apontada como estratégia essencial para o futuro econômico de Mato Grosso durante a mesa-redonda realizada na segunda-feira (14), na 57ª Expoagro. O debate integrou a programação do Fórum do Setor Produtivo e reuniu o vice-governador Otaviano Pivetta, o secretário de Desenvolvimento Econômico César Miranda, o prefeito de Cuiabá Abílio Brunini e o ex-senador e empresário Cidinho Santos.

Segundo os participantes, transformar a produção agrícola dentro do próprio estado é o caminho para gerar empregos qualificados, elevar a arrecadação e promover desenvolvimento regional. Atualmente, Mato Grosso conta com 3.115 agroindústrias, responsáveis por 86 mil empregos diretos — cerca de 45% da mão de obra industrial — com média salarial de R$ 2,6 mil. Em 2023, essas atividades renderam R$ 3,57 bilhões em ICMS.

Otaviano Pivetta citou as experiências de Lucas do Rio Verde e Nova Mutum como exemplos de sucesso da verticalização produtiva. “Nenhum país se desenvolve vendendo matéria-prima. Temos a obrigação de agregar valor aqui dentro e distribuir riqueza em nosso território”, afirmou o vice-governador.

O secretário César Miranda reforçou que o avanço do setor só foi possível após uma profunda reestruturação do Estado, destacando investimentos em infraestrutura, educação, saúde e transparência fiscal. “Hoje temos nota A em gestão fiscal. Isso gera confiança ao investidor”, disse, mencionando ainda a Zona de Processamento de Exportação de Cáceres e a internacionalização do Aeroporto Marechal Rondon como vetores para atrair novas indústrias.

O ex-senador Cidinho Santos compartilhou sua trajetória empresarial na região de Nova Marilândia e Arenápolis, onde instalou granjas, fábricas de ração e um frigorífico que abate 200 mil aves por dia e exporta para 14 países. Ele comparou Mato Grosso ao Paraná, destacando que, mesmo sendo líder na produção de grãos, o estado arrecada bem menos em ICMS. “A diferença está na industrialização da produção”, afirmou.

Já o prefeito de Cuiabá, Abílio Brunini, alertou para os riscos da reforma tributária, que poderá reduzir a arrecadação de cidades pequenas ao transferir o foco da tributação da produção para o consumo. Segundo ele, é necessário adotar medidas urbanísticas e regulatórias para estimular o crescimento ordenado e a instalação de novas indústrias nos municípios do interior.

Ao final, o consenso entre os participantes foi de que a agroindustrialização representa não apenas um modelo econômico, mas uma solução estratégica para o desenvolvimento sustentável, a geração de renda e a redução das desigualdades em Mato Grosso.

Texto/Fonte: Secom MT