A Polônia invocou nesta quarta-feira (10) o Artigo 4 do Tratado do Atlântico Norte, que prevê consultas entre os membros da Otan em caso de ameaça à integridade territorial de um aliado. A decisão ocorreu após a entrada de drones russos no espaço aéreo polonês, abatidos por caças do país e de parceiros da aliança.
É a sétima vez que o dispositivo é acionado desde 1949. Segundo Varsóvia, sistemas de defesa foram ativados, aeroportos como o de Varsóvia precisaram ser fechados e a população foi orientada a permanecer em casa. O governo informou que os níveis de prontidão militar foram elevados.
Líderes europeus reagiram com firmeza. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, classificou a violação como “sem precedentes” e prometeu defender “cada centímetro quadrado” do território da União Europeia. O presidente da França, Emmanuel Macron, chamou o episódio de “inaceitável”, enquanto o premiê britânico, Keir Starmer, disse tratar-se de um ato “extremamente inconsequente”.
O secretário-geral da Otan, Mark Rutte, criticou a Rússia por agir de forma “irresponsável e perigosa” e exigiu que Vladimir Putin cesse as violações. Já o governo russo negou envolvimento, alegando que a Polônia não apresentou provas e fez “acusações infundadas”.
Se for comprovado que houve ataque deliberado, a Polônia e os aliados poderiam avaliar a aplicação do Artigo 5 do tratado, que prevê resposta coletiva com uso de força. Até o momento, esse passo não foi cogitado oficialmente.
Autoridades polonesas destacaram que o risco maior está concentrado no leste do país, próximo à fronteira com a Ucrânia e Belarus. O premiê polonês disse que a situação é “séria” e pediu preparação para “diversos cenários”.