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Thursday, 26 de June de 2025 - 14:52:38
Apesar da alta histórica para o consumidor, preço do café arábica no campo já recua; especialistas esperam queda gradual nos próximos meses
COTAÇÃO DO CAFÉ SOBE 80%, MAS PREÇO NO CAMPO COMEÇA A CAIR APÓS RECORDES

O café moído foi o segundo produto que mais pressionou a inflação em junho, ficando atrás apenas da energia elétrica, conforme o IPCA-15 divulgado pelo IBGE. No mês, o preço do café subiu 2,86%, e no acumulado de 12 meses até junho, a alta chega a 81,6%.

No entanto, o preço pago ao produtor rural pelo café arábica, espécie mais consumida e produzida no Brasil, apresentou queda de 17% em junho em comparação a fevereiro, quando os valores atingiram recordes históricos, segundo dados do Cepea-Esalq/USP. Essa queda já sinaliza o início de uma redução nos preços para o consumidor, embora a transição de preços do campo para o varejo ocorra de forma lenta e gradual.

Especialistas apontam que o café só deve apresentar uma redução mais significativa nas prateleiras a partir de 2026, caso a safra continue favorável. A colheita, que ocorre de março a setembro, afeta diretamente as cotações no campo, com o pico acontecendo em junho e julho.

A alta dos preços no início do ano foi impulsionada por exportações recordes em 2024, que deixaram estoques baixos para 2025, além de problemas climáticos em outros países produtores do Sudeste Asiático, e impactos geopolíticos relacionados à guerra no Oriente Médio, que afetaram rotas comerciais do café asiático para a Europa. A antecipação de importações europeias devido a uma nova legislação ambiental também contribuiu para a alta.

Outro fator que influenciou os preços foi a redução nos estoques industriais, motivada pela disparada das cotações.

Para os produtores de café robusta, principalmente no Espírito Santo e Bahia, a safra cresceu 28%, ajudando a pressionar a baixa das cotações. Já a produção de arábica caiu 6,6% em relação ao ciclo anterior, por conta de secas.

Em resumo, o consumidor ainda enfrenta preços altos, mas a expectativa é de que a inflação do café desacelere ao longo dos próximos meses, com uma queda mais expressiva prevista para o ano que vem.

Texto/Fonte: G1