Foto: IBGE
Friday, 31 de October de 2025 - 12:42:06
Aplicativos de transporte crescem, mas ainda estão ausentes em 4 mil cidades brasileiras
MOBILIDADE URBANA

Mesmo com o avanço dos serviços por aplicativo, como Uber, 99 e Cabify, apenas 26% dos municípios brasileiros contam com esse tipo de transporte, segundo levantamento realizado com 5.568 prefeituras. O estudo mostra que 1.465 cidades possuem o serviço em operação, enquanto 4.084 (73%) afirmam não ter e 21 municípios não responderam.

Os dados revelam que os meios tradicionais de transporte seguem predominando: táxis estão presentes em 80% das cidades, vans em 60%, e mototáxis em 53%. Já o transporte por ônibus intermunicipal aparece em 78% dos municípios, enquanto o intramunicipal está em apenas 31%.

De acordo com a pesquisadora Caroline Santos, do IBGE, o tamanho das cidades é determinante para o uso de determinados modais. “O transporte rodoviário é o mais presente por conta da dimensão da malha viária. Municípios menores tendem a depender mais de transportes intermunicipais”, explicou.

O levantamento indica que 81% das cidades brasileiras têm até 20 mil habitantes e, entre as mais de 4 mil que não possuem transporte por aplicativo, 3,3 mil se enquadram nessa faixa populacional. Segundo Santos, o crescimento dos apps é impulsionado por municípios médios, entre 50 e 100 mil habitantes, reflexo do esgotamento da infraestrutura de transporte público local.

No ranking estadual, o Rio de Janeiro lidera com 62% dos municípios atendidos por aplicativos, seguido de São Paulo (48%) e Santa Catarina (45%). Na outra ponta, Piauí e Paraíba estão entre os estados com menor presença desse tipo de serviço.

A pesquisa também trouxe dados complementares sobre igualdade racial em concursos públicos, mostrando que oito estados ainda não possuem reserva de vagas para negros, quilombolas, indígenas e ciganos: Amazonas, Roraima, Pará, Tocantins, Pernambuco, Minas Gerais, Santa Catarina e Goiás.

Segundo Caroline Santos, esses resultados refletem avanços recentes no monitoramento de políticas públicas. “Essas informações são fundamentais para avaliar se as ações de redução da desigualdade estão surtindo efeito”, concluiu.

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