As manifestações de 7 de Setembro foram marcadas por protestos em apoio a Jair Bolsonaro e pela pressão pela aprovação de uma anistia para condenados por crimes golpistas. Em São Paulo, o ato reuniu 42,2 mil pessoas na Avenida Paulista, segundo estimativa do Monitor Político do Cebrap e da USP, em parceria com a ONG More in Common. No Rio, a orla de Copacabana recebeu cerca de 42,7 mil manifestantes.

Na Paulista, faixas e cartazes pediam o impeachment do ministro Alexandre de Moraes e exibiam até uma bandeira gigante dos Estados Unidos, com mensagens em inglês solicitando que Donald Trump adotasse medidas contra o STF. O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) discursou, criticou o Supremo e defendeu a candidatura de Bolsonaro em 2026, mesmo com a inelegibilidade do ex-presidente até 2030.

Michelle Bolsonaro, em lágrimas, também falou no carro de som, denunciando perseguição política e relatando as dificuldades do marido, em prisão domiciliar. Ao lado dela estiveram Valdemar Costa Neto, Romeu Zema, Cláudio Castro, Alexandre Ramagem e o senador Flávio Bolsonaro.

O Monitor calculou ainda a taxa de mobilização: 4,4 por mil habitantes em São Paulo e 8,2 no Rio. Outras capitais também registraram protestos: 4,1 mil pessoas no Recife, 1,6 mil em Florianópolis e Belém, e 1,4 mil em Goiânia. Em Maceió, o grupo saiu em trio elétrico pela orla com cartazes de “Anistia Já” e “Fora Moraes”.

As manifestações ocorreram em meio ao julgamento no STF de Bolsonaro e aliados por tentativa de golpe de Estado, retomado nesta semana, e à pressão no Congresso para votar um projeto de anistia. O PL e partidos do Centrão articulam apoio à medida, mas ainda não há definição sobre o alcance do texto. No Senado, há uma proposta alternativa que exclui o ex-presidente e reduz penas já aplicadas.