Foto: Hatem Khaled/Reuters
Thursday, 15 de May de 2025 - 17:11:03
Ataques aéreos deixam mais de 100 mortos durante a madrugada em Gaza
ISRAEL INTENSIFICA BOMBARDEAMENTOS NA FAIXA DE GAZA

Israel intensificou nas últimas horas os bombardeios à Faixa de Gaza, provocando a morte de mais de 100 pessoas durante a madrugada desta quinta-feira (15), especialmente na cidade de Khan Younis, no sul do território palestino. Este foi o dia com o maior número de mortos desde que os ataques foram retomados em março. A escalada de violência ocorre em meio a declarações do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, prometendo completar a ofensiva contra o grupo Hamas com “força total”.

A ofensiva israelense, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, deixou dezenas de vítimas presas sob os escombros, além de inúmeros feridos espalhados pelas ruas da cidade. Os dados informam que entre as vítimas há um grande número de mulheres e crianças — somente entre terça (13) e quarta-feira (14), ao menos 80 palestinos morreram, sendo 22 crianças. No total, mais de cem pessoas ficaram feridas.

Os ataques se concentraram em residências e tendas localizadas em Khan Younis. Um cinegrafista da Associated Press relatou a ocorrência de pelo menos dez bombardeios e registrou a chegada de diversos corpos ao necrotério do Hospital Nasser. Entre os mortos estava o jornalista Hasan Samour, da emissora catari Al Araby TV, que faleceu ao lado de 11 familiares.

As autoridades de saúde relataram ainda que várias casas foram atingidas em Jabalia, no norte de Gaza, durante uma série de ataques aéreos ocorridos na quarta-feira. Médicos locais confirmaram que a maioria dos mortos nesses bombardeios eram civis, incluindo mulheres e crianças.

O Exército israelense informou que, nos últimos dois dias, realizou ataques aéreos contra 130 alvos que seriam utilizados por grupos militantes em Gaza. No entanto, não se pronunciou sobre os bombardeios mais recentes, ocorridos na madrugada de quinta-feira, até a última atualização desta reportagem.

A crise se desenrola enquanto o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, realiza uma visita ao Oriente Médio, passando por países do Golfo Pérsico, mas sem incluir Israel em sua agenda. A expectativa era de que sua passagem pela região pudesse viabilizar um acordo de cessar-fogo ou a retomada da ajuda humanitária para Gaza, onde o bloqueio israelense já perdura há três meses.

Diante do cenário de devastação, moradores expressam medo constante. “Houve bombardeios israelenses pesados durante toda a noite. Temos medo dia e noite. Todos os dias morrem pessoas, todos os dias há feridos. Não sabemos quando será a nossa vez”, relatou Amir Saleha, residente do norte da Faixa de Gaza.

As instalações de saúde também foram atingidas. No sábado à noite (13), o hospital Al-Ahli Arab Baptist sofreu danos após um ataque israelense, mesmo após alertas emitidos pelo exército para evacuação. As alas ambulatoriais e laboratoriais da unidade ficaram destruídas, agravando a crise sanitária em meio aos ataques constantes.

A destruição também é visível em residências, como a da recém-casada Hala Zaarab, que morreu em um ataque aéreo israelense no dia 3 de maio em Khan Younis. Palestinos seguem registrando colunas de fumaça e explosões em diferentes regiões da Faixa de Gaza, enquanto a população civil tenta sobreviver em meio ao caos.

Texto/Fonte: G1