O ex-presidente dos Estados Unidos Joe Biden confirmou o uso de uma caneta automática, conhecida como autopen, para assinar perdões presidenciais no fim de seu mandato, mas negou que tenha sido excluído das decisões. A declaração foi dada ao jornal The New York Times em meio às acusações do atual presidente, Donald Trump, de que o democrata estaria incapacitado e não teria comandado o processo.
“Eu tomei cada uma daquelas decisões”, disse Biden, acrescentando que ordenou pessoalmente todos os perdões e apenas autorizou o uso do autopen por motivos práticos, diante da alta demanda no encerramento do governo.
As acusações de Trump incluem a alegação de que Biden teria sido apenas uma figura simbólica nos últimos meses de mandato, o que, segundo ele, configura um “acobertamento” e um dos “maiores escândalos da história do país”. O republicano também abriu uma investigação formal, comandada pela procuradora-geral Pam Bondi e pelo conselheiro da Casa Branca, David Warrington.
O Comitê de Supervisão da Câmara, controlado por aliados de Trump, pediu o depoimento de cinco ex-assessores de Biden. Até o momento, laudos médicos não indicaram comprometimento cognitivo do ex-presidente, que rebate as acusações como parte de uma estratégia política e pessoal do adversário.
“Minha família não fez nada de errado. Sabíamos que Trump seria vingativo. Tomei essas decisões consciente disso”, reforçou Biden.
O uso do autopen é legal nos EUA e já foi adotado por presidentes anteriores em situações de emergência ou quando a assinatura física não era viável. A polêmica agora gira em torno da motivação e da transparência do uso do dispositivo nos perdões de fim de mandato.