O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tornou-se alvo de nova operação da Polícia Federal nesta sexta-feira (18) e deverá cumprir uma série de medidas cautelares determinadas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Entre as restrições impostas estão o uso obrigatório de tornozeleira eletrônica, proibição de acesso às redes sociais e de contato com diplomatas estrangeiros.
As determinações incluem ainda o recolhimento domiciliar noturno, das 19h às 7h, além de aos finais de semana, e a proibição de se comunicar com outros réus e investigados. As ordens judiciais são parte de uma investigação aberta pelo STF na última sexta-feira (11), que apura indícios de coação no curso do processo, tentativa de obstrução de Justiça e ataque à soberania nacional.
Os mandados judiciais foram cumpridos na residência de Bolsonaro, em Brasília, e também em endereços associados ao Partido Liberal (PL), sua legenda atual. A ação ocorre em meio a tensões políticas agravadas após o anúncio, dois dias antes da abertura da investigação, de tarifas pesadas impostas pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros.
A defesa do ex-presidente se pronunciou por meio de nota, expressando “surpresa e indignação” com a decisão do STF. Os advogados classificaram as medidas como “severas” e afirmaram que Bolsonaro sempre cumpriu todas as determinações do Judiciário. Segundo o comunicado, a defesa só se manifestará formalmente após ter acesso completo ao teor da decisão.
As medidas restritivas reforçam o cerco judicial ao ex-presidente e ampliam o alcance das investigações em curso sobre sua conduta após o fim do mandato.