A Alemanha anunciou o envio permanente de uma brigada militar à Lituânia, país vizinho da Polônia e de Kaliningrado, enclave russo no Báltico. A medida integra a estratégia da Otan para reforçar a segurança de sua ala leste, após a invasão de 19 drones russos no espaço aéreo polonês. O episódio foi considerado uma das maiores provocações de Moscou contra a aliança desde o início da guerra na Ucrânia.
De acordo com a Otan, a brigada incluirá tropas, tanques, artilharia e veículos de apoio, com a missão de proteger a região contra possíveis agressões russas. O Ministério da Defesa alemão confirmou ainda o envio de quatro caças para ampliar o monitoramento aéreo sobre a Polônia.
O primeiro-ministro polonês, Donald Tusk, relatou que parte do espaço aéreo foi fechado e que voos em Varsóvia foram suspensos. Em Lublin, no leste do país, um drone atingiu uma residência, mas não houve feridos. A polícia polonesa informou ter localizado destroços em dez pontos diferentes.
Moscou, por sua vez, afirmou que seus drones tinham como alvo apenas instalações militares no oeste da Ucrânia e negou qualquer intenção de atacar a Polônia. O Kremlin rejeitou as acusações da União Europeia e da Otan, classificando-as como infundadas.
O secretário-geral da Otan, Mark Rutte, condenou a ação russa como "absolutamente imprudente e perigosa" e declarou que a aliança está pronta para defender cada centímetro de seu território. Já o tenente-general Alexus Grynkewich, comandante aliado na Europa, destacou que a permanência das tropas alemãs representa "um passo importante de dissuasão".
Além da Polônia, Lituânia, Letônia e Estônia expressaram preocupação com a escalada. Grynkewich lembrou que em agosto um drone russo caiu em território lituano. O governo polonês também apontou que parte dos drones teria partido da Belarus, embora militares bielorrussos afirmem que apenas alertaram vizinhos sobre aeronaves fora de rota.
A União Europeia classificou a violação como a mais grave desde 2022. Para a chefe da diplomacia europeia, Kaja Kallas, a invasão aérea demonstra que "a guerra da Rússia está se intensificando, não acabando".