O tempo curto que resta de campanha no segundo turno e a disputa acirrada por votos colocaram as equipes de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e de Jair Bolsonaro (PL) em alerta. A ordem é evitar erros que agora podem ser fatais para as candidaturas.
Lula, em tese, tem o caminho menos espinhoso até as urnas, pois ficou na frente no 1º turno, com 48,43% dos votos, contra 43,20% de Bolsonaro – o que significou vantagem de mais de seis milhões de votos. Ao petista basta conseguir manter uma escrita que vem desde a redemocratização do país, em 1985: quem vai ao 2º turno na frente, ganha
O atual presidente da República e seus aliados, porém, conquistaram o direito de sonhar com a virada inédita. Além de terem escapado do fantasma de uma derrota já em 1º turno, os bolsonaristas viram seu candidato encurtar a distância nas pesquisas de forma consistente e ainda comemoraram um desempenho no 1º turno bem maior do que vinha sendo previsto pelos levantamentos – que foram alvo de investigações, suspensas pelo ministro Alexandre de Moraes (TSE).
O resultado do 1º turno deixou um gosto meio amargo na boca dos apoiadores dos dois candidatos, apesar de eles terem passado para a rodada final. Como os lulistas, os bolsonaristas também acreditavam na possibilidade de uma vitória já na primeira fase, principalmente pela grande presença de militantes nos eventos de campanha, o que eles chamaram de “Datapovo”. Quando o resultado das urnas foi aferido, os dois lados viram que o adversário é competitivo, e a confiança na vitória passou a conviver com o temor da derrota.
Essa mistura de sentimentos eleva a ansiedade das militâncias à medida que o dia 30 de outubro se aproxima. As campanhas têm se concentrado nas últimas semanas em estratégias para amenizar os pontos fracos de cada candidato, além de ir atrás dos poucos votos ainda em disputa numa eleição marcada pela polarização e divisão dos brasileiros em dois lados que se vendem como antagônicos.
Michelle Bolsonaro, Celina Leão e Damares AlvesDivulgação
Luiz Inácio Lula da Silva e Jair BolsonaroFoto: Fábio Vieira e Igo Estrela
Jair Bolsonaro, candidato à reeleiçãoRafaela Felicciano/Metrópoles
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ex-governador Geraldo Alckmin (PSB), participam de reunião no Hotel Grand Mercure, zona sul de São Paulo, nesta tarde de segunda-feira (10), com políticos, intelectuais e movimentos sociais organizadosFábio Vieira/Metrópoles
Michelle Bolsonaro, Celina Leão e Damares AlvesDivulgação
Luiz Inácio Lula da Silva e Jair BolsonaroFoto: Fábio Vieira e Igo Estrela
Além de fazer campanha propositiva e tentar amplificar suas qualidades, Bolsonaro e Lula precisam lidar com pontas soltas, que podem prejudicá-los e elevar as rejeições. Alguns desses pontos fracos são exclusivos de cada candidato, outros são compartilhados pelos dois.
Um exemplo do segundo caso é a capacidade de lidar com notícias falsas e desinformação produzidas pelo outro lado.