No primeiro debate televisivo com os quatro candidatos ao comando de Mato Grosso presentes, o atual governador, Mauro Mendes (União Brasil), se tornou alvo de críticas vindas de todos os lados, o que já era esperado. Além disso, as regras do confronto não davam direito ao contraditório para as avaliações negativas de seu mandato, somente às ofensas pessoais.

Por isso, no primeiro bloco, Mauro adotou a estratégia de, quando questionado por algum opositor, aproveitar o tempo para rebater as críticas, ainda que tardiamente, ressuscitando assim as mesmas. Dois fatos, mais "quentes", foram citados no confronto: o anúncio de paralisação dos professores da rede pública estadual nesta quarta (28), mencionado por Marcia Pinheiro (PV), e o anúncio do governador de que irá a Brasília também nesta quarta tratar sobre a possibilidade de estadualização da rodovia federal BR-163.

Tanto Márcia quanto Ritela apontaram falhas na relação do governador com os servidores públicos, citando a Revisão Geral Anual. O Pastor chegou a afirmar que Mauro não gosta dos servidores e nunca os atendeu. Mauro, por sua vez, respondeu lembrando que o religioso deveria ter mais compromisso com a verdade. O governador afirmou ainda que tem sim uma excelente relação com os servidores e grande parte das decisões e iniciativas adotadas vieram dos servidores. Assegurou que respeita os servidores e não mente para a categoria. Ritela na réplica disse que não acredita em nada do que Mauro fala e o questionamento sobre os servidores foi uma demanda dos seus eleitores. Mauro mandou o adversário estudar a Constituição depois de ser questionado sobre a estabilidade da categoria e a legislação sobre as contratações temporárias. Além disso, lembrou que a RGA está prevista na peça orçamentária para o ano de 2023. 

Crime organizado e corrupção

Além de corrupção, infraestrutura e servidores, também foram abordados no debate a Saúde e Segurança públicas, com Moisés Franz lembrando o crime organizado e a guerra entre facções criminosas que atingem municípios do interior e que, segundo ele, já estaria chegando em Cuiabá. O candidato do Psol, quando questionava ou comentava as respostas do governador, adotou a estratégia de questionar o eleitor se ele acreditava que a promessa seria cumprida nos próximos quatro anos, já que até então não foram. A fome, por fim, não escapou dos adversários de Mauro, que citaram a insegurança alimentar atingindo milhares de famílias, muitas delas vivendo com até R$ 89 reais por mês, na extrema pobreza. Apesar da artilharia que enfrentou, Mauro respondeu a todas as perguntas com dados e lembrando o que foi feito na gestão positivamente. O quinto bloco foi reservado às declarações finais em que cada candidato se dirigiu aos eleitores, fez promessas, avaliações e pediu voto.