A nova safra de pequi já movimenta o mercado regional, com nove revendedores iniciando as compras para abastecer polos em Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais, Distrito Federal e cidades como Itumbiara, Rio Verde e Cuiabá. Produtores da agricultura familiar de Ribeirão Cascalheira, no Médio Araguaia, projetam incremento de 30% na colheita deste ano, chegando a aproximadamente 520 toneladas.
Considerada pelos atacadistas a principal “capital do pequi” em Mato Grosso no período da safra, a região concentra uma colheita que se estende por cerca de 100 dias — iniciada em 15 de outubro e prevista para seguir até meados de dezembro. Segundo o técnico da Empaer no município, Carlos Alberto Quintino, a produção diária alcança cerca de 1,2 mil caixas, cada uma com 30 quilos vendida ao valor de R$ 1 por quilo.
O técnico ressalta que o fruto, majoritariamente nativo da região, sustenta cerca de 1,5 mil famílias de agricultores familiares durante o período da colheita. O extrativismo representa 80% da produção total. Quintino afirma que a empresa pública oferece acompanhamento e orientação aos trabalhadores rurais, reforçando boas práticas de manejo.
A Central Estadual de Abastecimento, no Distrito Industrial de Cuiabá, figura como principal compradora e responsável pela distribuição do produto para as cidades de Cuiabá, Várzea Grande, Primavera do Leste e Rondonópolis. O tipo de solo da região, segundo o técnico, contribui para a qualidade do pequi colhido.
Compradores que percorrem o município nesta época confirmam a alta procura. Evanir Gonçalves da Silva, que representa uma empresa de Cuiabá, relata que envia cargas para Goiânia, Brasília, Itumbiara, Rio Verde, Montes Claros e outras localidades. Ele afirma transportar, em média, dois caminhões por dia, com cerca de 1,2 mil caixas diárias e 40 mil caixas ao fim da colheita.
Ribeirão Cascalheira possui atualmente cerca de 280 hectares dedicados à cultura do pequi. São 150 hectares de áreas nativas e 130 hectares de plantios voltados ao reflorestamento de áreas degradadas e à recuperação de Áreas de Preservação Permanente (APP).