Um acidente ocorrido em Jundiaí (SP) causou um grave impacto ambiental ao derramar cerca de 2 mil litros de corante azul em um córrego do bairro Jardim Tulipas. O produto químico, utilizado para tingir embalagens como caixas de ovos, vazou após uma carreta bater em um poste e colidir sozinha. Equipes da Associação Mata Ciliar, que trabalham na preservação da biodiversidade local, flagraram capivaras com coloração azul na região afetada.
O corante tem odor forte e, ao entrar em contato com a água, alterou a cor do córrego e causou a morte de muitos peixes, todos tingidos de azul. Além disso, aves como gansos e patos foram resgatados e estão sendo tratados para remover o corante de suas penas. A veterinária Yasmin Canja explicou que, para evitar a intoxicação, os animais recebem carvão ativado e banhos com água morna para eliminar o produto, já que as aves costumam limpar as penas frequentemente e podem ingerir o corante.
A Cetesb informou que o corante contém ácido acético e tem baixa toxicidade, mas o impacto ambiental foi significativo. A empresa responsável pelo produto, a Farkon Indústria e Comércio Químico, ainda não se manifestou sobre o ocorrido. A Prefeitura de Jundiaí e órgãos ambientais adotaram ações emergenciais para conter o vazamento e iniciar a limpeza do córrego, monitorando continuamente a qualidade da água e a saúde dos animais.
O Ministério Público abriu inquérito para investigar o caso, e a ocorrência foi registrada pela polícia como poluição ambiental. Técnicos da Cetesb também monitoram o Rio Jundiaí, para onde a substância pode ter se deslocado. A Prefeitura de Itupeva e Indaiatuba acompanham o desdobramento do acidente, embora o rio ainda não tenha apresentado alterações preocupantes que afetem o abastecimento local.
Apesar da tintura azul nos animais, até o momento não foram registrados sintomas graves de intoxicação, mas o monitoramento segue rigoroso para garantir a recuperação da fauna e a descontaminação da área.