Favorito de Donald Trump ao papado, o cardeal Timothy Dolan, de Nova York, tenta se afastar do presidente após uma imagem gerada por inteligência artificial — publicada por aliados de Trump — mostrá-lo vestido como pontífice. A cena gerou desconforto no Vaticano e foi duramente criticada por Dolan, que classificou a ação como "uma má impressão" e "não boa", destacando o constrangimento diante do momento solene da Igreja, com o conclave marcado para quarta-feira (7), após a morte do Papa Francisco.

Ligado à ala conservadora da Igreja nos Estados Unidos, Dolan já participou de duas cerimônias de posse de Trump e, até recentemente, mantinha proximidade com o presidente. A interferência direta, porém, teve efeito reverso: além de irritar autoridades católicas americanas, como a Conferência Católica do Estado de Nova York, que pediu respeito à memória do papa falecido, minou ainda mais as remotas chances de Dolan no conclave.

Embora Trump tenha mencionado Dolan como "muito bom" e exaltado sua origem nova-iorquina, o cardeal é visto como um nome com poucas chances entre os vaticanistas. Ele é um dos dez cardeais americanos com direito a voto na escolha do novo papa.