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Wednesday, 05 de November de 2025 - 13:24:40
Censo 2022 mostra que convivências sem registro oficial se tornaram maioria entre os tipos de união
UNIÕES CONSENSUAIS CRESCEM E ULTRAPASSAM CASAMENTOS FORMAIS NO BRASIL

Pela primeira vez, o número de uniões consensuais — aquelas sem registro civil ou religioso — superou o de casamentos formais no Brasil. Segundo dados do Censo 2022 divulgados nesta quarta-feira (5) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 38,9% das pessoas que viviam em união conjugal declararam esse tipo de arranjo, contra 37,9% que estavam casadas no civil e no religioso.

O levantamento mostra que esse formato de convivência vem crescendo ao longo das últimas décadas. As uniões consensuais correspondiam a 29% em 2000 e 30% em 2010, atingindo agora 39% do total. A predominância é observada especialmente entre pessoas de 30 a 39 anos, enquanto os casamentos formais são mais comuns a partir dos 40 anos.

O fator religioso também influencia a escolha. Entre pessoas sem religião, 62,5% vivem em uniões consensuais. O percentual é de 40,9% entre católicos e 28,7% entre evangélicos, segundo o IBGE.

Além do avanço desse tipo de união, o Censo revelou aumento das relações interraciais. Embora 67% das pessoas em união conjugal morem com cônjuge da mesma cor ou raça — proporção ainda majoritária —, o número representa queda em relação aos Censos anteriores, que registraram 71% em 2000 e 69% em 2010. As uniões entre pessoas da mesma cor são mais comuns entre brancos (70,4%) e pardos (69,7%).

Os dados de nupcialidade fazem parte de um conjunto mais amplo sobre estrutura familiar no país. O IBGE também apontou que, em 2022, 51,3% da população com 10 anos ou mais vivia em algum tipo de união conjugal, proporção superior à de 2010 (50,1%) e de 2000 (49,5%).

Outros números revelam mudanças no perfil das famílias brasileiras. O número de pessoas morando sozinhas triplicou em duas décadas, passando de 4,1 milhões em 2000 para 13,6 milhões em 2022 — o equivalente a quase um em cada cinco domicílios.

O levantamento ainda registrou 34 mil crianças e adolescentes de até 14 anos vivendo em uniões conjugais. Já a proporção dos que nunca se uniram caiu de 38,6% em 2000 para 30,1% em 2022. Em contrapartida, aumentou o grupo dos que já viveram algum tipo de união, mas atualmente não vivem mais com um parceiro — de 11,9% para 18,6%.

Entre os estados, Santa Catarina (58,4%), Rondônia (55,4%) e Paraná (55,3%) tiveram os maiores percentuais de pessoas em união conjugal, enquanto Amapá (47,1%), Distrito Federal (47,7%) e Amazonas (48,1%) registraram os menores índices.

Texto/Fonte: G1