O chef Saulo Jennings, responsável por representar a culinária amazônica durante a COP30 em Belém, revelou que recusou um convite para preparar um jantar totalmente vegano para o príncipe William. Segundo ele, a decisão está ligada ao compromisso com os ingredientes e tradições da região.
“Eu não cozinho para ninguém se for sem peixe. O peixe é meu propósito hoje. Muitas pessoas vivem desse peixe — só do nosso restaurante são mil famílias que fazem manejo sustentável”, afirmou Saulo em entrevista ao Fantástico.
O cozinheiro destacou que sua recusa não foi uma crítica ao veganismo, mas uma defesa da cultura alimentar amazônica. “Se me pedirem para fazer um evento 90% vegano, eu faço”, explicou.
Nascido e criado às margens do rio, Saulo contou que sua relação com a cozinha vem das memórias da infância. “A gente aprendeu que tudo que era bom vinha do rio”, disse. No Mercado Ver-o-Peso, em Belém, ele escolhe os ingredientes que compõem seus pratos, entre eles frutas, ervas e pescados — com destaque para o filhote, peixe símbolo de sua culinária.
Durante o almoço das autoridades na COP30, o chef manteve a tradição paraense. O prato principal foi a maniçoba, receita típica preparada com maniva cozida por sete dias e acompanhada de carnes de porco.
Saulo, que se tornou referência na gastronomia sustentável da Amazônia, reforçou que seu trabalho é uma forma de valorizar os recursos naturais e as comunidades ribeirinhas que dependem da pesca e da floresta.