Foto: Arquivo Pessoal
Tuesday, 20 de May de 2025 - 16:25:49
Chronoworking propõe jornadas adaptadas ao relógio biológico de cada funcionário
FLEXIBILIDADE NO TRABALHO

O "chronoworking", modelo de trabalho criado pela jornalista britânica Ellen C. Scott, propõe que os funcionários adaptem suas jornadas ao próprio ritmo biológico. A prática, já adotada por algumas empresas brasileiras, permite que cada colaborador escolha os horários mais produtivos para trabalhar, respeitando seu cronotipo — matutino, vespertino ou intermediário.

Apesar da ausência de regulamentação específica na legislação brasileira, empresas como Everymind e Homedock implementaram o sistema com base na flexibilidade e na confiança entre lideranças e equipes. Contudo, áreas como produção industrial e saúde ainda enfrentam restrições operacionais.

Especialistas alertam que, mesmo com a liberdade de horários, é necessário seguir as normas da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), como a jornada de 8 horas diárias, intervalos obrigatórios, adicional noturno e período mínimo de descanso entre turnos. Contratos devem prever claramente a política de flexibilidade para evitar prejuízos ao trabalhador.

A adoção do chronoworking mostra resultados positivos como aumento da produtividade, engajamento, motivação e melhora na qualidade de vida. Segundo pesquisadores, o respeito ao relógio biológico pode reduzir estresse, evitar burnout e promover maior bem-estar físico e mental.

No entanto, a especialista Claudia Moreno, da USP, destaca que há risco de empresas evitarem contratar pessoas com cronotipos incompatíveis, o que pode gerar demissões. Ela defende o uso de testes para identificar os ritmos individuais de forma ética e responsável.

A tendência reforça uma mudança cultural: produtividade não está mais necessariamente atrelada ao horário comercial, mas à entrega de resultados com equilíbrio e saúde.

Texto/Fonte: G1