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Wednesday, 18 de September de 2024 - 09:01:17
Chuvas em Mato Grosso do Sul Não Resolvam Danos Causados por Queimadas no Solo
Chuvas
Mato Grosso do Sul

No último final de semana, diversos municípios de Mato Grosso do Sul registraram chuvas, mas os efeitos das queimadas ainda persistem, conforme a pesquisadora Michely Tomazi, da Embrapa Agropecuária Oeste, em Dourados. Embora as chuvas possam amenizar as temperaturas, elas não resolvem os danos causados ao solo.

As queimadas eliminam a cobertura do solo, destruindo a palhada que protegia a terra. Isso aumenta o risco de erosão e a perda de nutrientes, que são liberados durante o fogo. Além disso, as queimadas prejudicam a microbiota do solo, essencial para a saúde da terra.

Para uma recuperação a curto prazo, o pesquisador Rodrigo Arroyo Garcia sugere que os produtores de soja em Mato Grosso do Sul plantem milheto ou crotalária juncea imediatamente, cultivando-os por cerca de 50 dias para formar uma cobertura no solo antes do plantio da soja em novembro de 2024.

Michely destaca a importância de restaurar a matéria orgânica e os nutrientes do solo. Ela recomenda o cultivo de não apenas plantas comerciais, mas também de cobertura e gramíneas, como a melhor maneira de recuperar a terra rapidamente.

A longo prazo, a pesquisa aponta para a necessidade de implantar um sistema de rotação de culturas que introduza plantas benéficas, ajudando na diversidade da biota do solo afetada pelas queimadas. Ela alerta que, se os produtores continuarem a cultivar com baixo porte de biomassa, a recuperação do solo poderá levar mais de dez anos ou, em alguns casos, pode nunca ocorrer.

A recuperação do solo depende da dedicação em introduzir plantas de cobertura e espécies que ajudem a restaurar a terra, mesmo que isso signifique abrir mão de algumas culturas agrícolas. Para quem adota a integração lavoura-pecuária (ILP), a recomendação é que o pasto seja utilizado para que o gado possa pastar por pelo menos um ano, o que trará bons resultados tanto para o solo quanto para a cultura econômica.

Texto/Fonte: Redação MTUOL com informações da CenarioMT