O fóssil de um dinossauro batizado de Zavacephale rinpoche foi encontrado na Mongólia e chamou a atenção por ser o mais antigo e completo já descrito desse grupo peculiar. O animal media pouco mais de um metro, pesava em torno de 6 quilos e viveu há aproximadamente 115 milhões de anos.

O achado revelou mais da metade do esqueleto preservado, incluindo crânio quase completo, parte da cauda, ossos das patas dianteiras e até pedras estomacais usadas para facilitar a digestão. Até então, apenas fragmentos escassos dessa linhagem haviam sido localizados, o que dificultava a compreensão sobre quando e como a característica do crânio espesso teria surgido.

De acordo com Lindsay Zanno, paleontóloga da North Carolina State University e uma das responsáveis pelo estudo, a análise mostra que o processo de espessamento craniano começou pela parte frontal da cabeça. Esse detalhe fornece pistas importantes sobre a evolução do grupo, indicando que o desenvolvimento dessa estrutura ocorreu de forma mais complexa do que se supunha.

O nome do novo dinossauro combina diferentes origens: “Zava” significa “origem” em tibetano, “cephale” vem do latim para cabeça e “rinpoche” quer dizer “precioso”. A espécie pertence ao grupo dos paquicefalossauros, dinossauros herbívoros classificados entre os ornitisquianos, onde também estão ceratopsianos, conhecidos pelos chifres, e estegossauros, famosos pelas placas dorsais.

Esses animais ficaram reconhecidos pelo topo do crânio extremamente espesso, formando uma espécie de capacete ósseo. Os pesquisadores acreditam que a estrutura podia servir tanto como defesa contra predadores quanto em disputas sociais — para atrair parceiros ou intimidar rivais.

Assim como outros ornitisquianos, os paquicefalossauros desenvolveram ossos ornamentados que não apenas reforçavam a proteção, mas também desempenhavam papéis ligados ao comportamento social e reprodutivo.