Clínicas de estética em Teresina (PI) e São Luís (MA) foram flagradas pelo g1 vendendo o remédio Mounjaro por dose fracionada e sem receita médica, o que contraria normas da Anvisa e pode representar riscos graves à saúde. Em ambos os casos, o produto era anunciado por redes sociais e WhatsApp, com promessas de emagrecimento e consultas feitas por profissionais sem autorização para prescrever medicamentos.

O Mounjaro, fabricado pela norte-americana Eli Lilly, ainda não foi lançado oficialmente no Brasil, embora já tenha sido aprovado pela Anvisa para tratar diabetes tipo 2. Sua aplicação para emagrecimento depende de prescrição médica específica e segue protocolos rigorosos. No entanto, segundo a fabricante, todas as vendas no país atualmente são ilegais ou envolvem falsificações e produtos contrabandeados.

As irregularidades incluem venda fracionada — proibida por lei — e aplicação sem controle médico. Em Teresina, a dona da clínica relatou ter usado o remédio pessoalmente antes de vendê-lo, montando um “método próprio” de emagrecimento. Já em São Luís, a clínica faz entregas delivery, enviando as doses em seringas com gelo, o que aumenta o risco de contaminação.

A Anvisa e a Eli Lilly alertam para os riscos fatais do uso de versões manipuladas, contrabandeadas ou sem orientação médica. A agência determinou que, a partir de julho, a receita das canetas injetáveis para emagrecimento deverá ser retida pelas farmácias. Em 2025, as apreensões do produto pela Receita Federal já superam todo o volume de 2024.