A C&M Software, empresa que integra sistemas do Banco Central (BC) com instituições financeiras, recebeu autorização para restabelecer suas operações do Pix em regime controlado, após um ataque hacker que comprometeu suas infraestruturas. O anúncio foi feito pelo diretor da empresa, Kamal Zogheib, em nota oficial.

O BC comunicou que a suspensão cautelar imposta à C&M foi substituída por uma suspensão parcial, permitindo que as operações sejam retomadas em dias úteis, das 6h30 às 18h30, desde que haja anuência expressa dos participantes do Pix e reforço no monitoramento contra fraudes e limites transacionais.

O ataque, confirmado pelo Banco Central na última quarta-feira (2), envolveu o uso indevido de credenciais de clientes da empresa para tentativas de acesso fraudulento aos sistemas. Uma das companhias afetadas, a BMP, que presta infraestrutura para bancos digitais, relatou acesso não autorizado a contas de reserva de pelo menos seis instituições financeiras.

As contas de reserva são mantidas diretamente no BC e utilizadas exclusivamente para a liquidação interbancária — processo que permite a transferência de recursos entre bancos. Embora o BC não tenha divulgado oficialmente o valor envolvido, fontes da TV Globo estimam que possa chegar a R$ 800 milhões.

Em resposta, a C&M informou que adotou imediatamente todas as medidas previstas em seus protocolos de segurança, incluindo reforço de controles internos, auditorias independentes e comunicação direta com os clientes afetados. A empresa segue colaborando com o Banco Central e a Polícia Civil de São Paulo, mantendo o sigilo das investigações em andamento.