O mercado de cafés especiais cresce cerca de 20% ao ano no Brasil, impulsionado pela demanda por bebidas de maior qualidade e sabor mais complexo. Para atender a esse nicho, produtores como Cassiano Terciotti Tosta, de Garça (SP), estão investindo em técnicas de cultivo e colheita diferenciadas para obter grãos premium.

Na fazenda de Tosta, com 14 hectares de cafezais, a expectativa é de que 25% da safra seja composta por grãos especiais. A colheita manual é voltada à seleção de frutos cereja — os mais maduros — com alta concentração de açúcares, essenciais para realçar os sabores na bebida final. Após a colheita, o café passa por secagem em terreiros suspensos, longe do solo, com controle cuidadoso da umidade e descanso prolongado, garantindo qualidade superior.

A valorização do café premium é significativa. Enquanto a saca do grão comum gira em torno de R$ 2.500, o café especial pode alcançar R$ 3.000 ou mais, dependendo da pontuação da bebida em testes de qualidade. O preço, no entanto, segue a lógica do mercado internacional, regulado pela oferta e demanda.

O investimento em cafés especiais tem atraído cafeicultores interessados em agregar valor à produção e acessar mercados mais exigentes, tanto no Brasil quanto no exterior.