Mesmo após diversas proibições da Anvisa, o uso de azeites adulterados segue comum no Brasil. A prática envolve a substituição do azeite por óleos mais baratos, comprometendo não apenas o sabor, mas também a saúde dos consumidores. Especialistas apontam os principais cuidados para evitar cair nesse golpe.

Segundo a azeitóloga Ana Beloto, o azeite de qualidade traz benefícios como redução do colesterol ruim, aumento do bom e ação antioxidante. Já os produtos falsificados podem conter substâncias tóxicas ou alergênicas. Por isso, é essencial aprender a identificar o verdadeiro azeite.

Em restaurantes, a primeira dica é observar a embalagem. Bons azeites vêm em garrafas de vidro escuro (verde ou âmbar) e com rótulo claro: extra-virgem, procedência, validade e data de envase. Garrafas de boca larga devem levantar suspeita, pois facilitam a troca por óleo comum.

A prova sensorial também é recomendada. “Peça uma colher e prove”, diz o especialista Marcelo Scofano. Azeites genuínos têm aroma fresco de ervas ou frutas e sabor com amargor e ardência — sinais de antioxidantes e polifenóis. Já produtos adulterados têm cheiro rançoso, gosto neutro e textura oleosa.

No supermercado, o consumidor deve verificar se o rótulo informa que o produto é extra-virgem, a data de envase (de preferência há menos de um ano), e se há selos de qualidade como IGP ou DOP. Scofano reforça: “Azeite bom não é barato. Desconfie de preços muito baixos. Produzir um litro exige até 10 kg de azeitona.”

Sinais de fraude incluem:

• Rótulos confusos ou genéricos, com frases como “tempero português”;

• Falta de dados essenciais, como país de origem ou nome do produtor;

• Preços muito abaixo da média de mercado.

Em caso de suspeita, o consumidor pode recorrer ao Procon ou à Anvisa. Também é possível consultar o site do Ministério da Agricultura para informações sobre fiscalização e qualidade dos azeites.

O governo federal anunciou recentemente a proibição de duas novas marcas por irregularidades. A vigilância continua, mas especialistas lembram que a atenção do consumidor ainda é a melhor defesa.