Turistas que acompanhavam Juliana Marins, brasileira de 26 anos que caiu durante uma trilha no Monte Rinjani, na Indonésia, relataram condições extremas de frio, escuridão e terreno instável no momento do acidente. Juliana, natural de Niterói (RJ) e formada em Publicidade pela UFRJ, estava em mochilão pela Ásia e havia se juntado a um grupo de cinco turistas e um guia local para a escalada.
A italiana Federica Matricardi, que conheceu Juliana um dia antes, descreveu a trilha como exaustiva e com visibilidade comprometida pela neblina. Já o francês Antoine Le Gac destacou que o grupo usava apenas lanternas para iluminar o percurso escorregadio e irregular. "Ela estava sozinha com o guia. Era muito cedo, antes do amanhecer", relatou.
Segundo as autoridades locais, Juliana teria caído cerca de 300 metros abaixo da trilha, próximo ao cume da montanha. Um grupo que passou pela trilha horas depois a localizou com auxílio de um drone, presa em uma fresta de pedra e com dificuldade para se mover. Ela vestia calça jeans, camiseta, luvas e tênis, sem agasalho ou seus óculos — indispensáveis, já que possui cinco graus de miopia.
A irmã da brasileira, Mariana Marins, recebeu a notícia pelas redes sociais na sexta-feira (20) e reconheceu Juliana pelas roupas e rosto. Desde então, a família acompanha com angústia o desenrolar da operação de resgate, enfrentando falta de informações confiáveis e até boatos de que Juliana teria sido socorrida. “Chegamos a comemorar. Foi um choque descobrir que era mentira”, lamentou Mariana.
Relatos de funcionários do parque informaram que Juliana ficou para trás após sentir cansaço e o guia não permaneceu com ela. Quando retornou, ela já havia despencado no desfiladeiro. “Ela entrou em desespero porque não sabia o que fazer”, contou Mariana, com base em informações fornecidas por funcionários locais.
O embaixador do Brasil na Indonésia reconheceu que repassou informações equivocadas inicialmente, com base em relatos imprecisos. Afirmou ainda que, quando as equipes chegaram ao ponto indicado, Juliana já não estava mais lá. O terreno difícil e a forte neblina têm prejudicado os esforços de resgate, que agora contam com drones térmicos.
Juliana continua desaparecida após mais de 48 horas de buscas. A família, mesmo abalada, mantém a esperança. “Eu acredito que minha irmã está viva”, afirmou Mariana.