O número de mortes de cavalos no Brasil por ingestão de ração contaminada continua a crescer e já alcança pelo menos 245 animais, segundo dados atualizados pelo Ministério da Agricultura. Os casos foram registrados em Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Alagoas, com relatos comoventes de tutores que perderam seus animais.
Entre as vítimas está Quantum de Alcatéia, um dos cavalos cuja imagem foi amplamente compartilhada após seu falecimento. Seu tutor, Luciano Conceição, relembrou o animal com carinho, evidenciando o vínculo afetivo rompido pela tragédia.
Outro cavalo que não resistiu foi Dourado, recém-domado em um rancho em Goiânia. Seu tutor, Roberto, relatou que só conseguiu montá-lo uma única vez, há cerca de três meses. “Foi tudo muito rápido. Ele estava bem, forte, e de repente foi se apagando”, disse, emocionado.
Elétric, da raça Quarto de Milha, também foi vítima da contaminação. Seu criador, Weder Pacheco, relatou os esforços intensos para tentar salvá-lo. “Foram 30 dias fazendo soro, vitamina, tentando tudo: alfafa, feno... mas não deu conta, não”, lamentou.
A origem da contaminação ainda está sob investigação pelas autoridades federais, e o Ministério da Agricultura acompanha os desdobramentos com equipes técnicas. A suspeita é que lotes de ração tenham sido comprometidos por substâncias tóxicas durante a fabricação ou armazenamento.
Com a crescente repercussão nacional, tutores e criadores exigem maior fiscalização e transparência na cadeia de produção de alimentos para animais. A tragédia tem causado forte comoção entre comunidades e criadores do setor equestre, que cobram providências urgentes para evitar novos casos.