Friedrich Merz foi oficialmente eleito nesta terça-feira (6) como novo chanceler da Alemanha, cargo equivalente ao de primeiro-ministro. Ele assume a chefia do governo após uma votação tumultuada no Parlamento, marcada por uma derrota inédita na primeira tentativa de aprovação.
Merz, líder da União Democrata-Cristã (CDU), comandará a maior economia da União Europeia com o apoio do Partido Social-Democrata (SPD), em uma aliança considerada histórica entre centro-direita e centro-esquerda. O acordo barra a ascensão da extrema direita da Alternativa para a Alemanha (AfD), que teve um desempenho recorde nas eleições antecipadas de fevereiro.
Na primeira votação no Bundestag, Merz obteve 310 votos — seis a menos do necessário — após 18 deputados social-democratas se rebelarem contra a orientação partidária e votarem contra o aliado. Foi a primeira vez desde a Segunda Guerra Mundial que um candidato a chanceler não é eleito na primeira rodada.
A CDU agiu rapidamente e solicitou nova votação, prevista pela legislação alemã. Nessa segunda tentativa, o Parlamento aprovou o nome de Merz, que toma posse ainda nesta terça.
A eleição antecipada foi convocada após o colapso do governo de Olaf Scholz, cuja frágil coalizão entre liberais, socialistas e verdes não resistiu a crises internas. Apesar da vitória nas urnas com 28,5% dos votos, a CDU não conquistou maioria absoluta e precisou negociar apoio.
Durante a campanha, Merz foi acusado de aceno à extrema direita ao endurecer o discurso sobre imigração, mas descartou qualquer aliança com a AfD. A coalizão com o SPD — que teve o pior resultado da sua história com 16,4% dos votos — representa uma tentativa de estabilidade no cenário político alemão.