Com os juros elevados e o acesso restrito a linhas tradicionais do Plano Safra, produtores rurais têm recorrido ao consórcio para renovar ou ampliar sua frota de máquinas agrícolas. A modalidade vem ganhando espaço e promete impulsionar os cerca de R$ 15 bilhões em intenções de negócios da Agrishow 2024, realizada em Ribeirão Preto (SP).
Segundo a Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (ABAC), o agronegócio representa 20% do volume total de crédito movimentado via consórcio no país, com destaque para o setor de máquinas e equipamentos agrícolas, que já responde por 25% do mercado.
O consórcio se destaca por oferecer parcelas fixas, ausência de juros e taxas de administração diluídas, tornando-se uma alternativa mais acessível e previsível para quem pode esperar pela contemplação. “É uma forma de investimento sem comprometer o capital de custeio”, afirma Vittorio Primo, da Primo Rossi.
Mesmo com prazos longos, de até 150 meses, e parcelas a partir de R$ 2 mil, a modalidade tem conquistado produtores que não necessitam de equipamentos de forma imediata. Segundo o Sicredi, mais de 65% das cotas são contempladas em até dois anos.
Por outro lado, especialistas alertam que, para produtores que precisam da máquina com urgência, o financiamento bancário continua sendo a opção mais rápida, embora com custos mais altos.
O crescimento do consórcio agrícola é expressivo: só em 2024, a Case IH registrou aumento de 10,9% nas vendas de cotas, enquanto a Valtra teve alta de 30% em cinco anos. A expectativa é que a modalidade se consolide como ferramenta de planejamento financeiro e modernização do campo.