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Quarta, 14 de julho de 2021 - 10:10:20
Crianças aprendem na escola a avaliar o perigo dos incêndios
Agentes de transformação

Áreas devastadas, consumidas em pequenas frações de tempo pela força, intensidade e rapidez das chamas. Os incêndios, que têm um cenário ideal para ocorrer nestes tempos de estiagem mais severa, podem tanto destruir plantações inteiras, principalmente aquelas que estariam “no ponto” de serem colhidas; vegetação nativa, terrenos baldios e com o mato alto na cidade, assim como edificações. E, se é complicado combater um incêndio, é muito simples de ele acontecer: uma bituca de cigarro, a fagulha de uma máquina, uma vela acesa dentro de casa perto da cortina, por exemplo.

E não são apenas prejuízos materiais que ficam no rastro de destruição por onde as labaredas passam. Há também o prejuízo à saúde (afinal, pulmões não foram feitos para inalar fumaça, não é mesmo?),  e o risco real à vida

Para se ter uma ideia do perigo que as chamas representam, em Sorriso, somente neste ano, os bombeiros lotados na 10.ª Companhia Independente Bombeiro Militar (CIBM) Alves Daroit atenderam 32 ocorrências de incêndio em vegetação.  Em 2020, foram 140 ocorrências desta natureza; e em 2019, 174.  Estes dados foram apresentados pelo comandante da 10.º CIBM, capitão BM Eraldo das Neves Moura, que acrescenta que “os maiores números de atendimentos são realizados nos meses de julho, agosto, setembro e outubro”.

O combate às chamas exige esforço coletivo e, além dos bombeiros, também é intenso o trabalho das equipes da Coordenação de Proteção e Defesa Civil (Compdec), que integra a Secretaria Municipal de Segurança Pública, Trânsito e Defesa Civil (Semsep); brigadistas e voluntários. A utilização de caminhões-pipa da Prefeitura também se faz necessária em muitas ocorrências.

Pois bem. A situação é grave e evitar novos incêndios exige atenção de todos, inclusive das crianças. Justamente por conta disso, alunos das 21 escolas municipais de Sorriso estão recebendo uma cartilha que traz informações acerca do fogo, seus perigos e a importância de evitar que ele aconteça.  A primeira escola a receber o material, na segunda-feira (12),  foi o Centro Municipal de Educação Básica (Cemeb) Sorriso, que, gradativamente, está sendo entregue a todos os estudantes do 1.º ao 5.º ano de toda a rede. “Além do material impresso, também é exibido um vídeo sobre este tema e estimulamos que professores e alunos conversem sobre isso, propiciando assim que as crianças sejam agentes importantes de sensibilização sobre este perigo”, destaca a titular da Semec, Lúcia Drechsler.

A presidente do CAT, Dudy Paiva, que já viveu a triste realidade de ver as labaredas avançando por sua propriedade rural em 2020, sabe que o tema precisa fazer parte da roda de conversa de todas as idades. “As crianças levam muito a sério tudo que é passado em sala de aula e isso precisa ser reforçado, que o fogo destrói  fauna, flora e o solo, trazendo grande prejuízo  para toda a natureza”.

Ainda segundo ela, 10 mil exemplares da cartilha devem ser distribuídos em Sorriso. “Além das escolas municipais, também vamos entregar a cartilha nas escolas privadas e estaduais que tenham alunos nesta faixa etária”, comenta.

Justamente com o foco prevencionista, ainda em abril, a Prefeitura de Sorriso articulou a criação do Comitê de Controle de Incêndios Florestais e Urbanos, onde tem assento representantes do Sindicato Rural, do CAT, da Aprosoja, do Corpo de Bombeiros Militar (BM), da Polícia Militar (PM), da Polícia Judiciária Civil (PJC), de associações empresariais e concessionárias de rodovias. A criação do comitê foi oficializada por meio do decreto 528/2021.

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