Foto: SUO TAKEKUMA / POOL / AFP
Monday, 01 de September de 2025 - 17:39:42
Cúpula em Pequim destaca cooperação econômica e segurança entre líderes do Sul Global
CHINA, RÚSSIA E ÍNDIA FIRMAM UNIÃO CONTRA PRESSÕES DOS EUA

Em um encontro que reuniu representantes de mais de 20 países, os presidentes Xi Jinping (China), Vladimir Putin (Rússia) e o primeiro-ministro Narendra Modi (Índia) reforçaram sua parceria diante de pressões econômicas e políticas dos Estados Unidos. A reunião foi marcada por gestos de camaradagem, sorrisos e diálogo fechado antes da entrada de tradutores, transmitindo uma imagem de proximidade e alinhamento estratégico entre as três maiores potências fora do Ocidente.

Xi Jinping apresentou sua visão de uma nova ordem econômica e de segurança, voltada ao “Sul Global”, criticando veladamente políticas dos EUA e tarifas aplicadas pelo governo Trump. O líder chinês enfatizou a necessidade de “resistir ao hegemonismo e à política de poder” e de adotar um multilateralismo genuíno diante de uma governança global em “nova encruzilhada”.

Durante o evento, Putin e Modi realizaram encontro bilateral, assinando acordo para ampliar o comércio entre Rússia e Índia. Especialistas interpretam a aproximação como sinal de criação de uma ordem mundial alternativa que desafia a influência dos EUA, sobretudo no comércio de petróleo — China e Índia são os maiores compradores do produto russo.

A cúpula também discutiu a Organização de Cooperação de Xangai (OCS), bloco fundado há mais de duas décadas com China, Rússia e quatro países da Ásia Central, que hoje inclui a Índia. Putin destacou que a OCS busca um sistema de segurança e estabilidade na Eurásia que não dependa de modelos eurocêntricos, respeitando os interesses de uma gama mais ampla de países.

Xi anunciou ainda a criação de um novo banco de desenvolvimento da OCS e aportes financeiros: 2 bilhões de yuans (US$ 280 milhões) em ajuda gratuita neste ano, e mais 10 bilhões de yuans em empréstimos a consórcio bancário do bloco, passos que podem fortalecer alternativas ao dólar e às sanções norte-americanas.

Texto/Fonte: G1