Foto: REUTERS/Violeta Santos Moura
Wednesday, 16 de July de 2025 - 14:39:00
‘Deporte-os Já’: movimento supremacista incita violência contra imigrantes em Torre Pacheco
GRUPO XENÓFOBO PROMOVE CAÇADAS A IMIGRANTES E LÍDER É PRESO NA ESPANHA

Um grupo supremacista xenófobo chamado "Deport Them Now EU" (“Deporte-os Já União Europeia”), que promove patrulhas para perseguir imigrantes, tem causado violência e tensões raciais em Torre Pacheco, na Espanha. A cidade, com cerca de 40 mil habitantes, tem 30% da população formada por imigrantes, majoritariamente marroquinos que trabalham na agricultura.

O movimento é recente e atua principalmente por meio da plataforma Telegram, onde divulga mensagens de ódio e convoca seguidores para ações contra comunidades do Norte da África, como marroquinos, argelinos e tunisianos. O grupo tem ligações ideológicas com o partido de extrema-direita Vox, que defende a anti-islamização e tem 33 deputados no Congresso espanhol.

Os episódios de violência aumentaram após um homem de 68 anos ser espancado por jovens que ele identificou como norte-africanos. Apesar da prisão dos agressores, o grupo intensificou a convocação de “patrulhas” para perseguir o que chamam de “criminosos norte-africanos”, alimentando clima de medo e tensão.

A Guarda Civil prendeu o suposto líder do “Deporte-os Já” na segunda-feira, em Barcelona. Christian LF, um segurança de 29 anos, está detido, assim como outras 13 pessoas envolvidas nos incidentes violentos em Torre Pacheco. Além disso, dois canais do grupo foram desativados pelas autoridades.

O presidente regional do Vox, José Ángel Antelo, está sob investigação por incitar o ódio, com declarações contra imigrantes que refletem o discurso do grupo. Em suas mensagens, Antelo afirmou que os imigrantes “não vêm para trabalhar, mas para cometer crimes”, prometendo que “serão todos deportados”.

A escalada de violência e o crescimento desse tipo de grupo supremacista mostram o aumento da intolerância e da xenofobia na Espanha, levantando preocupações sobre segurança e direitos humanos no país.

Texto/Fonte: G1