A Polícia Federal deflagrou, nesta terça-feira (8), uma operação que tem como alvo o deputado federal Júnior Mano (PL-CE) e outras cinco pessoas suspeitas de envolvimento em fraudes em licitações e desvio de recursos públicos por meio de emendas parlamentares em municípios cearenses.
As investigações tramitam sob sigilo no Supremo Tribunal Federal (STF), que autorizou o cumprimento de 15 mandados de busca e apreensão expedidos pelo ministro Gilmar Mendes. As ações ocorrem em Brasília e nas cidades de Fortaleza, Nova Russas, Eusébio, Canindé e Baixio.
De acordo com a PF, os investigados integrariam uma organização criminosa responsável por direcionar verbas públicas a determinadas prefeituras em troca de repasses ilegais. Parte desses recursos teria sido desviada para financiar campanhas eleitorais municipais em 2024.
Além das buscas, o STF autorizou a quebra de sigilo dos celulares apreendidos e o bloqueio de R$ 54,6 milhões em contas bancárias ligadas aos alvos da operação. O objetivo é interromper movimentações financeiras ilícitas e garantir recursos para eventual ressarcimento aos cofres públicos.
A apuração contou com apoio técnico da Controladoria-Geral da União (CGU). Entre os crimes investigados estão organização criminosa, captação ilícita de votos, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica com fins eleitorais.
Em nota, a assessoria de Júnior Mano afirmou que o parlamentar "não tem qualquer participação em processos licitatórios, ordenação de despesas ou fiscalização de contratos administrativos" e declarou confiança nas instituições e no esclarecimento dos fatos.
A liderança do PSB na Câmara, partido ao qual o deputado é filiado, disse esperar que a apuração ocorra com celeridade e respeito ao devido processo legal.