A taxa de desemprego no Brasil permaneceu em 5,6% no trimestre encerrado em setembro, repetindo a mínima histórica da série do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O número representa 6,045 milhões de pessoas desocupadas, o menor patamar já registrado. Em relação ao trimestre anterior, houve redução de 3,3% (menos 209 mil pessoas), e, frente a 2024, a queda foi de 11,8% (menos 809 mil).
A população ocupada manteve-se estável em 102,4 milhões, o maior contingente da história, com alta de 1,4% no ano. O nível de ocupação — proporção de pessoas empregadas entre as que estão em idade de trabalhar — ficou em 58,7%, praticamente estável em relação ao trimestre anterior e 0,3 ponto percentual acima do mesmo período de 2024.
O número de trabalhadores do setor privado chegou a 52,7 milhões, o maior já registrado. Desses, 39,2 milhões têm carteira assinada, outro recorde histórico, enquanto os sem carteira somam 13,5 milhões, queda de 4% em um ano. Já o setor público emprega 12,8 milhões de pessoas, alta de 2,4% no período.
A informalidade atingiu 37,8% da população ocupada, o equivalente a 38,7 milhões de trabalhadores, mantendo estabilidade no trimestre e queda frente ao índice de 2024. Entre os trabalhadores por conta própria, o total foi de 25,9 milhões, número também estável.
Para Adriana Beringuy, coordenadora de pesquisas domiciliares do IBGE, o resultado “indica a sustentabilidade da retração do desemprego ao longo dos últimos meses”.
Dois dos dez grupos de atividade apresentaram expansão no trimestre:
Agropecuária, pesca e aquicultura (+3,4%, ou mais 260 mil pessoas);
Construção (+3,4%, ou mais 249 mil).
Por outro lado, houve recuo em Comércio e reparação de veículos (-1,4%, menos 274 mil) e Serviços domésticos (-2,9%, menos 165 mil).
Em comparação com 2024, cresceram os setores de Transporte e armazenagem (+6,7%, mais 371 mil) e Administração pública e saúde (+3,9%, mais 724 mil), enquanto os serviços domésticos tiveram nova queda (-5,1%).
O rendimento médio real alcançou R$ 3.507, o maior da série histórica, estável no trimestre e 4% superior ao de um ano antes. A massa de rendimento real totalizou R$ 354,6 bilhões, alta anual de 5,5% (R$ 18,5 bilhões a mais).
A maior elevação de renda trimestral ocorreu em Alojamento e alimentação (+5,5%, ou mais R$ 122). Na comparação anual, cinco setores apresentaram ganhos, com destaque para Construção (+5,5%), Serviços públicos (+4,3%) e Agricultura (+6,5%).
Segundo Adriana Beringuy, o crescimento da renda “reflete os ganhos reais e o aumento do contingente de trabalhadores observados no primeiro semestre de 2025”, consolidando o cenário de mercado de trabalho aquecido e com recordes de formalização.