Dados recentes do MapBiomas revelam que a vegetação nativa em Mato Grosso diminuiu de 87% para 60% entre 1985 e 2023, uma perda de 27%. No mesmo período, a área de pastagem quase quadruplicou, passando de 6% para 24%.
O relatório foi apresentado no Seminário Anual do MapBiomas, que monitora a cobertura e o uso da terra no Brasil. A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, participou do evento.
No cenário nacional, o Brasil perdeu 33% de sua cobertura vegetal original desde a colonização, com a Amazônia perdendo 55 milhões de hectares. Outros estados, como Rondônia, Maranhão e Tocantins, também registraram perdas significativas de vegetação nativa, enquanto o Rio de Janeiro teve um leve aumento.
As terras indígenas, que correspondem a 13% do território nacional, são as áreas mais preservadas, mas ainda sofreram perdas de vegetação devido a invasões e atividades ilegais como desmatamento e garimpo.
A redução da vegetação nativa tem graves consequências para o clima, a biodiversidade e os serviços ecossistêmicos. No Cerrado, que é o segundo bioma brasileiro mais alterado, a expansão da agricultura e da pecuária intensiva, juntamente com o garimpo histórico, tem causado degradação significativa. A monocultura de grãos e a pecuária têm esgotado os recursos naturais, enquanto o garimpo tem contaminado rios e causado erosão.
Atualmente, apenas 0,85% do Cerrado está protegido em unidades de conservação. A criação de novas áreas protegidas e a implementação de políticas públicas eficazes são urgentes para garantir a preservação desse ecossistema vital para o Brasil.
A degradação do Cerrado afeta a biodiversidade, o clima regional e a disponibilidade de água, além de comprometer a qualidade de vida das populações locais e a segurança alimentar do país.