Durante a reunião do BRICS, realizada entre 3 e 7 de julho no Rio de Janeiro, um documentário produzido em parceria pelo Grupo Bandeirantes e a estatal chinesa CCTV projetou o protagonismo de Mato Grosso na relação entre Brasil e China para centenas de milhões de telespectadores chineses. Intitulada Bond With China, a produção integra a programação especial da CCTV sobre os países do bloco.

O documentário, gravado parcialmente em Xangai, apresentou a relevância do estado mato-grossense nas exportações de carne bovina, grãos, café e outros produtos sustentáveis, enfatizando as oportunidades econômicas e culturais entre os dois países. Nenhum outro estado brasileiro teve o mesmo nível de destaque na produção.

O secretário de Desenvolvimento Econômico de Mato Grosso, Cesar Miranda, afirmou que o estado tem o maior rebanho bovino do país, com 35 milhões de cabeças de gado, e destacou a competitividade e sustentabilidade da carne local. Segundo ele, o documentário é uma vitrine internacional valiosa: “Uma oportunidade construída com trabalho técnico, articulação institucional e protagonismo real”.

A diretora da Invest MT, Ariana Guedes, ressaltou que a produção foi construída em parceria entre instituições brasileiras e chinesas, com contribuições diretas do governo de Mato Grosso para o roteiro. “Além de mostrar nossos produtos, levamos nossa cultura, nossos biomas e nossa vocação para alimentar o mundo com responsabilidade. Queremos mais que comércio, queremos laços de amizade e tecnologia”, afirmou.

Durante a filmagem, a jornalista Maju de Arruda Leite visitou restaurantes brasileiros, centros de distribuição, feiras internacionais e espaços culturais em Xangai. A cidade, maior centro econômico da China, também foi palco de assinaturas de parcerias entre o governo de Mato Grosso e distritos estratégicos, como Yangpu, referência em inovação e economia digital.

Caio Penido, presidente do Instituto Mato-grossense da Carne (Imac), destacou os diferenciais ambientais e genéticos do estado, que abriga os biomas da Amazônia, Cerrado e Pantanal. “A genética do nosso rebanho nos permite entregar carne com rastreabilidade e sustentabilidade, exigências do mercado chinês”, afirmou.

A versão final do documentário foi lançada apenas em mandarim, com trechos pontuais em português, e ainda não foi disponibilizada oficialmente no Brasil. O público interessado pode acessar o conteúdo por meio de um link compartilhado pelas instituições envolvidas.