Foto: Reprodução/TV Globo
Wednesday, 12 de November de 2025 - 17:26:27
E-mails mostram que Epstein disse que Trump sabia de esquema de abusos e passou horas com uma das vítimas
ESCÂNDALO SEXUAL

Novos e-mails divulgados por democratas do Congresso americano reacenderam as dúvidas sobre a relação entre o ex-presidente Donald Trump e o financista Jeffrey Epstein, morto em 2019. Em uma das mensagens, datada de abril de 2011, Epstein afirma a Ghislaine Maxwell — sua ex-assistente e cúmplice condenada — que Trump “sabia sobre as meninas”, referindo-se a vítimas menores de idade identificadas posteriormente pelas investigações.

Epstein também relatou que uma das vítimas “passou horas” com Trump em sua casa, sem que o assunto fosse mencionado. Em outro e-mail, ele discute como deveria responder à imprensa sobre sua relação com o então empresário, que começava a despontar como figura política nacional.

Os documentos somam-se a uma série de arquivos divulgados em julho pela Câmara dos Representantes, incluindo uma suposta carta de Trump a Epstein, datilografada dentro da silhueta de uma mulher nua desenhada à mão. A mensagem, assinada apenas como “Donald”, termina com o trecho: “Feliz aniversário — e que cada dia seja mais um maravilhoso segredo.”

A Casa Branca e os advogados de Trump classificaram o material como falso, alegando que a assinatura é diferente da usada pelo ex-presidente. A porta-voz Karoline Leavitt afirmou que “está muito claro que o presidente Trump não desenhou essa imagem e nem a assinou”, enquanto o vice-chefe de gabinete Taylor Budowich questionou a autenticidade dos documentos.

Apesar das negativas, veículos de imprensa resgataram registros da década de 1990 que mostram assinaturas semelhantes de Trump. O ex-presidente, por sua vez, sustenta que nunca escreveu ou desenhou a carta, afirmando: “Nunca pintei um quadro na minha vida. Não é a minha linguagem.”

Epstein, que manteve relações com políticos, artistas e milionários, foi acusado entre 2002 e 2005 de aliciar menores para encontros sexuais em suas mansões. Em 2008, firmou acordo judicial e se declarou culpado, mas o caso foi reaberto em 2019, levando à sua prisão por tráfico sexual. Poucos dias depois, o bilionário foi encontrado morto em sua cela, oficialmente por suicídio.

Durante a campanha de 2024, Trump prometeu divulgar uma “lista de clientes” ligados ao esquema de Epstein. Em fevereiro deste ano, parte dos documentos oficiais foi publicada, e o nome de Trump apareceu em registros de voos associados ao financista. O Departamento de Justiça, contudo, negou a existência de uma lista de clientes, o que frustrou apoiadores do republicano — muitos deles adeptos de teorias conspiratórias sobre o caso.

Texto/Fonte: G1