Os Emirados Árabes Unidos, segundo maior destino das exportações brasileiras de carne de frango, passaram a restringir oficialmente os embarques vindos do Brasil. A medida, que entrou em vigor nesta quarta-feira (22), foi motivada por um foco de gripe aviária detectado em Montenegro, no Rio Grande do Sul. O embargo, no entanto, se limita ao município — que possui apenas um frigorífico exportador, situado fora da área crítica da doença, o que minimiza o impacto prático da medida.
Paralelamente, a Arábia Saudita, quarto maior importador do frango brasileiro, ampliou suas restrições. O país havia bloqueado inicialmente apenas o município de Montenegro, mas agora estendeu o embargo a todo o estado do Rio Grande do Sul.
Em contrapartida, a União Eurasiática — bloco composto por Rússia, Bielorrússia, Armênia e Quirguistão (excluindo o Cazaquistão) — flexibilizou as restrições. Antes, o grupo havia suspendido as compras de todo o Brasil, mas agora limita o veto ao frango gaúcho.
No total, mais de 30 países ou blocos comerciais impõem restrições à carne de frango brasileira. Desses, 21 vetam produtos de todo o território nacional — incluindo China, União Europeia, México e Coreia do Sul — enquanto 12 impõem restrições apenas ao Rio Grande do Sul. Japão e Emirados Árabes aplicam bloqueios localizados a Montenegro.
As exportações de ovos não foram amplamente afetadas. Segundo o Ministério da Agricultura, o Brasil exporta apenas 1% da produção total, e apenas o Chile — segundo maior comprador — suspendeu as compras. Mercados como Estados Unidos, Japão, México e os próprios Emirados seguem ativos.
O governo federal afirmou que segue em diálogo com os países importadores e que o fim do período de quarentena não garante a reabertura automática dos mercados, já que muitos exigem revisões técnicas adicionais.