Foto: Reprodução/Globo News
Tuesday, 15 de July de 2025 - 14:54:48
Empresários pedem ao governo que negocie com os EUA para adiar tarifaço; Alckmin lidera articulação
RESPOSTA AO TARIFAÇO DE TRUMP

Em reunião com o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, representantes da indústria brasileira pediram ao governo que intensifique os esforços diplomáticos com os Estados Unidos para adiar a entrada em vigor do novo pacote tarifário anunciado por Donald Trump. O tarifaço, que deve começar a valer em 1º de agosto, foi classificado como politicamente motivado pelo governo Lula.

Os empresários sugeriram um adiamento de até 90 dias, a fim de permitir que as empresas se adaptem ao novo cenário. Alckmin, que tem liderado as tratativas no governo, considerou o prazo dado pelos EUA como “exíguo” e afirmou que o Brasil tenta, sem sucesso, há dois meses, estabelecer diálogo com autoridades norte-americanas.

Durante o encontro, também foi discutida a possibilidade de que representantes do setor brasileiro negociem diretamente com produtores americanos dos mesmos segmentos, numa tentativa de buscar articulações conjuntas contra as tarifas.

Reação política e estratégias

O presidente Lula já indicou que poderá acionar a Lei da Reciprocidade Econômica como forma de resposta às medidas adotadas por Trump. Enquanto isso, Alckmin promove reuniões com empresas afetadas e entidades do setor produtivo para dimensionar os impactos do tarifaço e avaliar eventuais contramedidas.

A ofensiva tarifária dos Estados Unidos é vista pelo governo brasileiro como uma retaliação política, em meio à aproximação entre Trump e Jair Bolsonaro e às críticas do republicano ao Supremo Tribunal Federal. Até o momento, não houve resposta formal por parte dos EUA às tentativas de contato do governo brasileiro.

Participantes da reunião

A reunião desta terça-feira (15) contou com a presença de ministros como Fernando Haddad (Fazenda), Simone Tebet (Planejamento), Rui Costa (Casa Civil), Silvio Costa Filho (Portos e Aeroportos) e representantes do Itamaraty, além de executivos de diversas entidades industriais e de exportação.

Entre os participantes do setor privado estavam líderes da Embraer, FIESP, CNI, Abimaq, Abicalçados, Abal, Abit, Ibá, Instituto Aço Brasil, Weg, Abrafe, entre outros.

Próximos passos

Alckmin afirmou que novas reuniões serão realizadas, incluindo conversas com empresas norte-americanas instaladas no Brasil e com entidades que atuam no comércio bilateral. A meta é construir uma resposta coordenada entre governo e setor produtivo, seja por meio de negociação, redirecionamento comercial ou uso de mecanismos legais.

“O esforço agora é para tentar reverter o tarifaço antes que entre em vigor”, afirmou o vice-presidente.

Texto/Fonte: G1