O enfraquecimento do Hamas após os recentes confrontos em Gaza tem gerado tensão entre diferentes grupos locais, com risco de intensificação do conflito interno. Relatos indicam que o grupo tomou medidas violentas contra membros de clãs rivais, resultando na execução de dezenas de oponentes. Observadores apontam que a repressão pode contar com o apoio velado do ex-presidente dos EUA, Donald Trump, que teria autorizado ações de policiamento interno pelo Hamas para "resolver problemas" na região.

No contexto de devastação e vácuo de poder, o retorno de quase 2 milhões de pessoas a prédios destruídos aumenta o risco de incidentes, enquanto a população enfrenta condições humanitárias críticas. Entre os clãs em confronto estão:

• Clã Abu Shabab: liderado por Yasser Abu Shabab, baseado em Rafah, é considerado o principal grupo anti-Hamas, recrutando combatentes e acusado pelo Hamas de colaborar com Israel, o que nega.

• Clã Doghmosh: um dos maiores da Faixa de Gaza, historicamente armado, com ligações passadas ao Fatah, Hamas e Estado Islâmico. Recentes confrontos com o Hamas resultaram em mortes de membros do clã e combatentes do grupo.

• Clã Al-Majayda: centralizado em Khan Younis, enfrentou operações do Hamas após acusações de envolvimento em assassinatos de membros do grupo. Embora tenha apoiado a campanha de segurança do Hamas, há tensões internas e acusações de execuções seletivas.

• Clã Hellis: sediado em Shejaia, formou um grupo opositor ao Hamas em áreas ainda controladas pelo Exército israelense, atuando junto a outros clãs em resistência ao grupo dominante.

Analistas internacionais alertam que essas disputas internas, somadas à devastação da guerra, podem agravar o desastre humanitário em Gaza e dificultar a reconstrução da região.