Foto: Jornal Nacional/ Reprodução
Friday, 20 de June de 2025 - 16:16:11
Entenda o que são as bombas de fragmentação, armamento acusado de ser usado pelo Irã
ESCALADA MILITAR ENTRE IRÃ E ISRAEL

No oitavo dia do confronto entre Irã e Israel, autoridades israelenses acusam Teerã de empregar bombas de fragmentação em ataques recentes — armamento controverso por ampliar significativamente os riscos para civis. O uso dessas bombas reacendeu o debate internacional sobre sua legalidade e impacto humanitário.

As chamadas bombas de fragmentação, ou cluster bombs, são projetadas para se abrir no ar e liberar dezenas ou centenas de submunições explosivas sobre uma área extensa. Elas têm como alvo soldados, veículos e estruturas, mas também afetam civis indiscriminadamente, sobretudo quando parte dessas submunições falha ao explodir e permanece ativa no solo por anos — agindo como minas terrestres.

Criadas ainda na Segunda Guerra Mundial e amplamente estocadas durante a Guerra Fria, as bombas de fragmentação são condenadas por organizações humanitárias pelo alto índice de vítimas civis. Em 2008, foi criada a Convenção sobre Munições Cluster, assinada por mais de 110 países, com a proibição total de uso, produção, armazenamento e transferência desse tipo de armamento. Potências militares como Estados Unidos, Rússia, Ucrânia e Brasil não aderiram ao tratado.

O Brasil, inclusive, foi alvo de críticas internacionais após a Human Rights Watch denunciar, em 2017, o uso de bombas de fragmentação brasileiras em ataques a escolas no Iêmen. “São armas que nunca devem ser usadas devido aos danos que causam a civis”, afirmou à época Steve Goose, presidente da Coalizão Contra Munições Cluster.

O tema voltou à tona em 2023, quando os EUA enviaram bombas de fragmentação à Ucrânia. Kiev e Moscou se acusam mutuamente de utilizarem esse armamento desde o início da guerra.

No caso atual, o porta-voz militar israelense, general Effie Defrin, disse que o Irã "usou armas com ampla dispersão para maximizar os danos", referindo-se às bombas de fragmentação, e reforçou que o alvo parecia ser a população civil. O Irã, até o momento, não confirmou oficialmente o uso desse tipo de armamento.

Texto/Fonte: G1