A Polícia Federal identificou uma rede de espiões russos que operou no Brasil com identidades forjadas, mantendo vidas aparentemente normais, com negócios, amizades e até romances. Um dos agentes, conhecido como "Daniel", era na verdade Artem Shmyrev, que comandava uma empresa de impressão 3D no centro do Rio de Janeiro, a poucos metros do consulado dos EUA.
Segundo investigações reveladas pelo Fantástico, esses agentes faziam parte de um sofisticado esquema de inteligência russo conhecido como "Fábrica de Espiões", em funcionamento desde os anos 1980, quando a Rússia ainda era a União Soviética. Com documentos falsificados, como certidões de nascimento e passaportes brasileiros, os espiões usavam o país como base para missões no exterior.
O nome de Daniel foi incluído em uma lista divulgada pelo New York Times com nove espiões russos que atuaram no Brasil. O eletricista Carlos Monteiro, suposto tio de Daniel conforme os registros falsos, apresentou à PF documentos comprovando que sua irmã — a suposta mãe do espião — faleceu sem filhos.
O caso escancara como o Brasil foi utilizado por anos como plataforma para agentes ilegais russos, que aqui encontraram facilidade para assumir vidas fictícias e operar clandestinamente sob disfarce nacional.