Na última terça-feira (23), o Tribunal do Júri de Aripuanã (1.002 km de Cuiabá) emitiu uma sentença que ecoou a gravidade de um crime brutal. Nathalia Haiana Ramos da Silva, Larissa Pamela Ramos da Silva, Maria Geralda Pereira Ramos, Lougas Augusto e Mateus Costa Barcelos foram condenados a um total de 93 anos de prisão, somando-se as penas individuais, por homicídio triplamente qualificado. A decisão veio após uma audiência que se estendeu por cerca de 18 horas.

O crime que chocou a região ocorreu em janeiro de 2021, na estrada rural Salvação, em Aripuanã. Os réus são acusados de torturar, matar e desovar o corpo de Márcio José da Silva, cujo destino foi selado de forma cruel.

O Conselho de Sentença acatou a tese apresentada pelo Ministério Público de Mato Grosso, reconhecendo as qualificadoras de motivo torpe, emprego de tortura e recurso que dificultou a defesa da vítima. Lougas recebeu uma pena de 23 anos, oito meses e 20 dias, enquanto os demais foram condenados a 17 anos e quatro meses cada, por homicídio qualificado e corrupção de menor.

Segundo relatos da denúncia, os acusados, agindo em conjunto, renderam a vítima e a levaram até o local do crime, onde iniciaram uma série de torturas. Questões sobre supostos adultérios, agressões e maus tratos foram o pretexto para os tormentos infligidos a Márcio, que acabou sendo atingido por disparos de arma de fogo.

Após o hediondo ato, os criminosos informaram à mãe de Nathalia, Maria Geralda, que o "serviço estava feito". Um desfecho desumano para uma trama de violência inominável.

Nathalia, Larissa e Maria Geralda ainda foram condenadas ao pagamento das custas e despesas processuais, enquanto Lougas e Mateus foram representados pela Defensoria Pública e advogado dativo nomeado, sendo isentos das custas processuais.

O veredito do Tribunal do Júri não apenas reflete a gravidade do crime cometido, mas também ressalta a importância do sistema judiciário em responsabilizar os culpados e oferecer alguma forma de justiça às vítimas e suas famílias.