A crise política no Nepal atingiu um novo nível de violência nesta terça-feira (9). Manifestantes incendiaram a casa do ex-primeiro-ministro Jhala Nath Khanal, em Katmandu, enquanto sua esposa, Ravi Laxmi Chitrakar, estava no interior do imóvel. Segundo o New York Times, ela sofreu queimaduras graves e foi levada ao hospital pelo Exército.
Os protestos começaram após a imposição de um bloqueio às redes sociais e acusações de corrupção contra o governo. A repressão policial resultou em ao menos 19 mortos e mais de 100 feridos, acendendo a revolta popular sob o lema “bloqueiem a corrupção, não as redes sociais”.
Apesar da renúncia do primeiro-ministro K.P. Sharma Oli, os atos se intensificaram. O Parlamento e prédios da Suprema Corte foram incendiados, residências de autoridades atacadas e até aeroportos e hotéis danificados. O aeroporto internacional de Katmandu foi fechado devido à fumaça. Civis armados circulam pelas ruas, enquanto ambulâncias e veículos de segurança também foram alvo de ataques.
Diante do caos, o Exército anunciou que assumirá o controle da lei e da ordem no país. O Ministério da Saúde pediu doações de sangue para atender as vítimas. O presidente Ram Chandra Paudel já iniciou o processo para indicar um novo premiê, mas o Nepal enfrenta sua pior crise política e social desde a queda da monarquia em 2008.