Foto: Reprodução/Instagram
Wednesday, 09 de July de 2025 - 11:35:01
Estado do corpo impediu perícia de determinar hora da morte e avaliar sinais de violência
EMBALSAMAMENTO PREJUDICOU ANÁLISES NO CASO JULIANA MARINS

O laudo da perícia sobre a morte da publicitária Juliana Marins aponta que o embalsamamento feito antes da necropsia comprometeu parte das análises essenciais para esclarecer as circunstâncias do óbito. O procedimento impediu, por exemplo, a estimativa precisa do horário da morte e dificultou a detecção de sinais clínicos como hipotermia, desidratação ou possíveis vestígios de violência sexual.

“Considerando unicamente o corpo da vítima, o perito conclui que o exame foi prejudicado pelo lapso temporal e pelas condições de embalsamamento com as quais o cadáver chegou”, diz o documento.

Juliana foi encontrada morta no último sábado (6), após sofrer uma queda de altura ainda não determinada no Monte Rinjani, na Indonésia. Segundo os peritos, a causa da morte foi hemorragia interna provocada por múltiplas lesões traumáticas — incluindo fraturas no crânio, pelve e tórax — compatíveis com um impacto de alta energia.

Embora os ferimentos tenham sido fatais em poucos minutos, os especialistas indicam que pode ter havido um curto período de agonia física e mental antes do óbito. A ausência de dados como temperatura corporal, rigidez cadavérica e livores dificultou a definição da hora exata da morte.

A perícia identificou marcas de arrasto no corpo, compatíveis com a inclinação do terreno onde a vítima foi encontrada, mas não conseguiu concluir se houve múltiplas quedas ou quanto tempo Juliana ficou exposta ao ambiente antes do impacto final.

Não foram constatados sinais de contenção física nem lesões genitais que indiquem violência sexual. Exames laboratoriais também não encontraram espermatozoides. No entanto, análises genéticas seguem em andamento para detectar a eventual presença de material biológico masculino.

Os especialistas observaram ressecamento ocular e algumas lesões musculares, mas não houve indícios de uso de drogas, desnutrição ou fadiga extrema. A estimativa é que Juliana tenha permanecido viva entre 10 e 15 minutos após o impacto, sem condições de se mover ou pedir ajuda.

O caso ganhou novo impulso após a família solicitar uma perícia complementar no Brasil. Por essa razão, o corpo, que inicialmente seria cremado, foi preservado. Um perito particular contratado pela família acompanhou os exames realizados com apoio da Polícia Civil.

O laudo final sobre a dinâmica da queda e possíveis fatores externos ainda será apresentado em etapa complementar da investigação. Juliana Marins foi sepultada 13 dias após sua morte, em cerimônia realizada em Niterói, no Rio de Janeiro.

Texto/Fonte: G1