Foto: Reprodução/Facebook
Tuesday, 15 de July de 2025 - 14:37:55
Estudante trans desaparecida da Unesp tinha dossiê contra namorado, apontam investigações
INVESTIGAÇÃO APONTA FEMINICÍDIO

A Polícia Civil de São Paulo confirmou que o desaparecimento da estudante trans Carmen de Oliveira, de 24 anos, passou a ser tratado como caso de feminicídio. Segundo o delegado responsável, Miguel Rocha, Carmen foi morta no dia 12 de junho, Dia dos Namorados, por seu namorado, Marcos Yuri Amorim, com a participação do policial militar ambiental da reserva, Roberto Carlos de Oliveira — que mantinha um relacionamento amoroso e financeiro com Yuri.

Carmen era aluna do curso de Zootecnia da Universidade Estadual Paulista (Unesp), em Ilha Solteira, e desapareceu após sair da universidade. A investigação indicou que ela foi até a casa do namorado, localizada em um assentamento, e não saiu mais de lá. Câmeras de segurança e a quebra de sigilo telefônico dos envolvidos ajudaram a confirmar que esse foi seu último paradeiro conhecido.

Durante a análise de um computador, os policiais recuperaram uma pasta que havia sido deletada no mesmo dia do crime. Nela, Carmen havia reunido um dossiê contra Yuri, contendo informações que poderiam incriminá-lo, inclusive sobre supostos furtos cometidos por ele. Isso teria motivado o assassinato.

O delegado também revelou que Roberto Carlos, inicialmente tratado como testemunha, era na verdade cúmplice e amante de Yuri, além de sustentá-lo financeiramente. A polícia acredita que os dois agiram juntos para matar Carmen e ocultar o corpo, que ainda não foi localizado.

A bicicleta elétrica que a estudante usava no momento do desaparecimento também não foi encontrada. Marcas de pneus compatíveis com o modelo foram achadas em uma área de mata próxima à universidade.

Os dois suspeitos foram presos em Ilha Solteira, mas negam envolvimento no crime. A defesa de Roberto afirmou que ele provará sua inocência. A Unesp manifestou preocupação com o desaparecimento e afirmou que colabora com as investigações, além de prestar apoio à família da estudante. O caso segue sob investigação.

Texto/Fonte: G1