Foto: Departamento de Guerra
Thursday, 23 de October de 2025 - 05:56:05
EUA bombardeiam segundo barco em 48 horas; ONU critica ação como violação internacional
ATAQUES NO PACÍFICO

Os Estados Unidos realizaram, nesta semana, o segundo bombardeio em menos de 48 horas contra uma embarcação no Oceano Pacífico, resultando na morte de três homens identificados como “narcoterroristas”, segundo o secretário de Guerra, Pete Hegseth. Ele afirmou nas redes sociais que a operação foi autorizada pelo presidente Donald Trump.

De acordo com Hegseth, a inteligência americana identificou que o barco transportava narcóticos ilegais e navegava por uma rota conhecida de tráfico internacional. O ataque, segundo o governo, ocorreu em águas internacionais.

Questionado sobre a legalidade das ações, Trump afirmou que os Estados Unidos têm autoridade para conduzir os bombardeios e justificou as operações como parte do combate às drogas. O presidente declarou que 300 mil pessoas morreram nos EUA em decorrência de problemas ligados ao narcotráfico e prometeu expandir as ofensivas para operações terrestres, com autorização do Congresso.

As ações ocorrem em meio ao reforço da presença militar americana no Caribe, com a mobilização de destróieres equipados com mísseis guiados, caças F-35, um submarino nuclear e cerca de 6,5 mil militares.

Críticas da ONU

As ofensivas vêm sendo alvo de críticas internacionais. Um grupo independente de especialistas da ONU, vinculado ao Conselho de Direitos Humanos, afirmou que os bombardeios configuram violações do direito internacional e equivalem a execuções extrajudiciais.

Segundo o comunicado, as ações americanas infringem a soberania de países sul-americanos e desrespeitam as obrigações fundamentais dos EUA de não empregar força armada contra outras nações.

Mesmo diante das justificativas de Trump, os especialistas sustentam que não há base legal para o uso de força letal em águas internacionais, classificando as medidas como “uma escalada perigosa com sérias implicações para a paz e a segurança regional”.

O grupo informou ter notificado formalmente Washington sobre as preocupações e alertou que ações secretas ou diretas contra outros Estados soberanos representariam uma violação ainda mais grave da Carta das Nações Unidas.

Texto/Fonte: G1