O ex-policial militar e influenciador digital Kel Ferreti foi preso em Maceió (AL) durante a Operação Trapaça, acusado de liderar um esquema que enganava apostadores com rifas e sorteios fraudulentos. As investigações do Ministério Público apontam que ele movimentou milhões de reais em prêmios falsos e cursos não regulamentados.

Expulso da PM em 2023, Kel já havia sido condenado por estupro e cumpre pena em casa com tornozeleira eletrônica. Em áudios obtidos pelo Fantástico, o influenciador admite a ilegalidade do esquema: “Rifa é ilegal mesmo, por isso falo ação”.

Segundo os investigadores, o grupo usava rifas com bilhetes “premiados” reservados apenas para simular legitimidade, enquanto vítimas perdiam grandes quantias. Uma das apostadoras relatou ter perdido R$ 3,5 mil, parte obtida por empréstimo.

Para ampliar o alcance das apostas, Kel recrutava influenciadores — entre eles, Laís Oliveira, que tem mais de 5 milhões de seguidores e seria peça-chave na operação. O MP afirma que ela recebia até 70% dos lucros, chegando a faturar quase R$ 1 milhão em quatro meses. Laís e o marido, também influenciador, foram presos em dezembro de 2024, mas liberados dias depois.

Apesar da condenação e das investigações em andamento, Kel mantém atividades nas redes sociais e tem autorização judicial para frequentar bares e praias em Maceió. Sua defesa nega a posse de plataformas de apostas e alega que ele atua apenas em publicidade digital.