Francisco Mairlon Barros Aguiar, condenado como um dos executores do chamado "Crime da 113 Sul", deixou o Complexo Penitenciário da Papuda nesta quarta-feira (15) após 15 anos de prisão. Detido em 2010 aos 22 anos, Mairlon, agora com 37, foi solto após decisão unânime do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que anulou a condenação e trancou a ação penal desde o início, tornando-o inocente do crime.

Em coletiva na casa dos pais, no Novo Gama, Mairlon disse sentir “felicidade imensa” ao reencontrar familiares e amigos, relatando o impacto da prisão em seus planos de vida e relacionamentos, especialmente com o filho. Ele destacou a necessidade de resiliência durante os anos no sistema penitenciário e agradeceu à família, advogados e à ONG Innocence Project, que atuou na revisão do caso.

O crime ocorreu em 28 de agosto de 2009, no bloco C da 113 Sul, em Brasília, quando o casal José Guilherme e Maria Villela, junto da empregada doméstica Francisca Nascimento da Silva, foi morto a facadas. Dólares e joias foram roubados. Inicialmente, três homens foram condenados pelo crime: Leonardo Campos Alves, Paulo Cardoso Santana e Francisco Mairlon, com penas de 47 a 62 anos de prisão. Investigadores apontam que o trio teria agido sob ordens de Adriana Villela, filha do casal, que nega envolvimento.

A defesa argumentou que os depoimentos que incluíram Mairlon no crime foram obtidos sob pressão e intimidação. Ele destacou que, apesar da liberdade, a dor pelos anos perdidos e pelo afastamento da família é insubstituível, ressaltando que sua experiência evidencia o sofrimento de outros inocentes no sistema prisional. O Ministério Público do DF ainda pode recorrer da decisão do STJ.